terça-feira, 16 de novembro de 2010

Myxini

Os Myxini (do grego myxa, muco) são um grupo de peixes marinhos, de águas frias, com forma de enguia e sem maxilas. É o único grupo de peixes que não pertence ao subfilo dos vertebrados, uma vez que não tem um verdadeiro esqueleto interno: o corpo é sustentado pela corda dorsal e o crânio é incompleto, uma vez que o cérebro está protegido apenas por uma bainha fibrosa. De acordo com estudos recentes, estes peixes são classificados dentro do clado Hyperotreti, que pode ser considerado um subfilo dos Cordados.
São conhecidos como peixes-bruxas, enguias-de-casulo, enguias-de-muco, feiticeiras ou mixinas.

Anatomia
A boca é rodeada por dois pares de tentáculos e armada interiormente com uma placa de cartilagem com dois dentes em forma de pente, uma "língua-raspadora". A boca das mixinas não tem funções respiratórias: a água entra na faringe através dum "canal nasofaríngeo" localizado no lado esquerdo do corpo e com abertura na parte anterior da cabeça, passa pelo órgão olfactivo médio e daí para a câmara branquial. As mixinas têm entre um e 15 pares de fendas branquiais.
O corpo das mixinas é reforçado internamente por um conjunto de barras de cartilagem, assim como a cabeça, os tentáculos bucais, o canal nasofaríngeo, a "língua" e a barbatana caudal, mas não existem verdadeiros arcos branquiais. Ver a figura do crânio na página Craniata.
Estes animais têm olhos sem cristalino e sem musculatura; aliás, as mixinas não apresentam os músculos radiais típicos dos vertebrados. O sistema circulatório é formado por vários corações venosos, mas sem inervação e o tecido do pâncreas encontra-se disperso no celoma.
A pele das mixinas é nua e apresenta lateralmente uma série de glândulas de muco anormalmente grandes, formadas por longas células filamentosas. Não têm barbatanas pares, nem linha lateral.
Do ponto de vista da fisiologia, as mixinas apresentam também algumas características peculiares. Por exemplo, o seu corpo possui mais de 10% de fluidos, ao contrário dos restantes Craniata. Além disso, as suas células sanguíneas têm baixa afinidade para o oxigénio.

Ecologia
Os peixes-bruxa são peixes demersais de águas frias ou temperadas, encontradas apenas no norte e sul dos oceanos Atlântico e Pacífico. Vivem em fundos de lodo, onde se enterram e alimentam-se principalmente de peixes mortos ou doentes, penetrando no seu corpo e escolhendo imediatamente os seus fígados. Mas também são predadores activos de invertebrados bentónicos. Hábitos nocturnos.
As fêmeas produzem 20-30 ovos com 20-25 mm de diâmetro, providos duma casca córnea com um grupo de filamentos em forma de âncora em cada extremidade.
Devido às suas características fisiológicas, as mixinas não possuem osmorregulação e são muito sensíveis às variações da salinidade. Embora tenham pouco valor culinário (excepto no Japão), algumas das suas espécies encontram-se ameaçadas pela sobrepesca, uma vez que são capturadas por causa da sua pele forte e macia, que é vendida no mercado internacional como "pele-de-enguia".

Classificação sistemática e relações filogenéticas
Estão identificadas cerca de 64 espécies de peixes-bruxa, pertencentes aos géneros Myxine, Neomyxine, Paramyxine e Eptatretus. Os dois primeiros possuem apenas um par de fendas branquiais, mas os dois últimos possuem vários pares. Existem ainda algumas diferenças, por exemplo, na forma dos olhos, mas todos são agrupados na ordem Myxiniformes.
Conhecem-se duas espécies de fósseis de mixinas da última parte do período Carbónico (também conhecido por Pennsylvaniano do Illinois, de há cerca de 330 milhões de anos): Myxinikela e Gilpichthys, mas existem dúvidas se este fóssil pertence ao mesmo grupo.
Os peixes-bruxa foram tradicionalmente incluídas no grupo Ciclóstomos, juntamente com as lampréias, mas actualmente reconhece-se que este grupo é parafilético. De acordo com estudos recentes, as mixinas integram o clade Hyperotreti que é considerado um grupo irmão dos vertebrados. Alguns zoologistas, no entanto, consideram que as características dos Ciclóstomos são sinapomorfias e rejeitam a parafilia.

Cephalochordata

O subfilo Cephalochordata (do grego kephale, cabeça; e do latim chorda, corda) é composto por um grupo de cordados marinhos, pequenos e pisciformes, ao qual pertencem os anfioxos. Eles são um importante objeto de estudo na zoologia por proporcionarem indicações sobre a origem dos vertebrados.
O anfioxo mede cerca de 6 cm de comprimento e vive enterrado em areia de águas rasas do ambiente marinho, entre dez e trinta metros de profundidade, deixando para fora do substrato apenas sua extremidade anterior.

Características gerais
Corpo delgado com forma de peixe.
Epiderme uniestratificada, sem escamas.
Musculatura segmentada.
Ambiente marinho (águas rasas, semi-enterrados na areia ou nadantes).
Sexos separados, fecundação externa, desenvolvimento indireto.
Os Cefalocordados possuem uma notocorda permanente e um tubo neural dorsal que se estendem da região anterior a posterior do animal; não possuem uma cabeça, nem um encéfalo, ou olhos diferenciados.
Possuem uma faringe branquial com cílios que promovem a circulação contínua e unidirecional da água; ocorre aí uma porcentagem das trocas gasosas bem como a retenção de partículas a serem digeridas. Muito da digestão é feita intracelularmente. A boca é envolvida por um capuz oral com um anteparo de cirros que impedem a entrada de partículas muito grandes.
São animais de sexos separados, mas não possuem vias genitais. Os gâmetas são acumulados no átrio, donde saem para a água, onde se dá a fecundação.

Urochordata

Urochordata (do grego oura, cauda; do latim chorda, cora, + ata, caracterizado por), também conhecidos como Tunicata são designados como urocordados ou tunicados, e constituem um grupo de animais marinhos que se alimentam por filtração que entra na faringe pelo sifão bucal, passando por propulsão ciliar através das fendas ao redor do átrio e saindo, depois, pelo sifão exalante. O plâncton é filtrado pela passagem através das fendas faríngeas. Pertencem ao filo Chordata, pois possuem um notocórdio, pelo menos durante a fase larvar do seu desenvolvimento que, frequentemente tem a aparência de um girino.
A maior parte dos tunicados, como as clavelinas, pertence à sub-classe das ascídias, que muitas vezes são confundidas com esponjas por serem os membros sésseis deste grupo, e as salpas e apendiculários, que são pelágicos.

Biologia dos tunicados
O corpo dos tunicados adultos tem a forma de um barril com duas aberturas, chamadas sifões, geralmente do mesmo lado, uma para a entrada da água e dos alimentos e outro para a saída da água e das excreções, o que é realizado por contrações da camada muscular superficial. A seguir ao sifão de entrada encontram-se as brânquias, colocadas em forma de rede que, não só têm a função da respiração, mas também a de filtrar as partículas nutritivas; a seguir, encontra-se o tubo digestivo, que é encurvado e termina no outro sifão.
Sua epiderme se encontra revestida por uma característica túnica translúcida, que se assemelha a gelatina (donde vem um dos nomes destes animais) - é segregada pela derme e, nas formas sésseis, pode ser um verdadeiro exosqueleto composto de celulose e colagénio, por vezes com espículas calcárias, agregado num tecido conectivo. Os larváceos segregam uma "casa" que é usada como filtro e depois consumida.
Possuem um sistema nervoso rudimentar formado por um gânglio dorsal próximo da glândula neural, entre os sifões; este gânglio controla as contrações musculares e o movimento dos cílios da faringe, mas não controla os batimentos cardíacos.
O sistema circulatório é aberto, excepto o coração que é um vaso sanguíneo com peristaltismo reversível e que se liga, em ambas extremidades a outros vasos abertos. O coração está rodeado pelo pericárdio que é o único espaço celómico, formado por um peritoneu com células mioepiteliais. A reversão do peristaltismo permite que, tanto os tecidos que se encontram dum lado, quer doutro, do coração recebam igual fornecimento de nutrientes.
O sangue dos tunicados possui muitos tipos de células:
Nefrócitos, ou seja, células que funcionam como rins, acumulando cristais de ácido úrico, que nelas se mantêm indefinidamente;
Vanadócitos, que podem acumular até um mole de vanádio (enquanto que a sua concentração na água do mar é da ordem dos 10-8M) ou outros metais, o que pode resultar em sangue verde que, não só repele predadores ou organismos sésseis, mas também promove a polimerização da tunicina;
Amebócitos fagocíticos;
Linfócitos;
células multipotentes, que actuam como precursoras das restantes células do sangue.
Os tunicados coloniais reproduzem-se assexuadamente, formando gomos que permanecem agarrados ao organismo-pai. A reprodução sexuada é do tipo hermafrodita – os gâmetas são libertados no sifão atrial, onde se dá a fertilização.
As primeiras fases do desenvolvimento do zigoto são típicas dos deuteróstomos. Algumas formas larvares parecem-se muito com cordados primitivos ou com hemicordados, com um notocórdio, por baixo duma medula espinal. O estágio larval termina quando o turnicado encontra uma rocha ou pedra adequada para seu desenvolvimento, e se fixa a ela. A partir daí, várias mudanças físicas ocorrem no corpo dos tunicados, sendo um dos mais interessantes o controle de movimento e crescimento pela digestão do ganglio cerebral - o equivalente do cérebro de animais superiores em insetos e artropodes. Daí vem o dito popular que os tunicados adultos "comem o próprio cérebro", já que na fase adulta, ancorada, não precisam mais dele. Em algumas classes os adultos permanecem pelágicos (nadando ou seguindo a correnteza do mar), nesse caso o ganglio não é comido.
Alguns tunicados têm espículas calcárias que podem conservar-se como fósseis, que foram encontrados desde o Jurássico, havendo ainda uma forma do Neoproterozóico proposta: Yarnemia.

Proarticulata

Proarticulata:

Proarticulata é um extinto filo proposto para todos os animais de simetria bilateral conhecidos por registro fóssil na Fauna Ediacarana.
Mikhail A. Fedonkin descreveu os animais do filo Proarticulata com carapaças flexíveis e corpo segmentado. Nesse filo encontram-se os gêneros Dickinsonia, Yorgia, Vendia, Archaeaspinus, Andiva e Ovatoscutum.
Andrey Yu. Ivantsov propôs que os gêneros Tamga, Lossinia, Ivovicia e Onega são pertencentes ao filo Proarticulata ou são próximos á esse filo.

Classificação
Vendiamorpha Fedonkin, 1985
Vendiidae Ivantsov (Vendomiidae Keller, 1976 emmend.)
Dipleurozoa Harrington & Moore 1955
Dickinsoniidae Harrington & Moore 1955
Cephalozoa (nome preliminar)
Yorgiidae Ivantsov 2001
Sprigginidae Glaessner 1958.
Os arqueociatos são animais conhecidos apenas em registo fóssil do Câmbrico, de modo de vida colonial ou solitário e suportados por um esqueleto interno de natureza carbonatada. Os primeiros fósseis de arqueociatos foram descobertos na primeira metade do século XIX em afloramentos no Labrador (Canadá) e na Sibéria (Rússia), mas foram descritos, respectivamente, como esponjas e Calamites, uma planta típica do Carbónico. Só em 1861 foi reconhecido que pertenciam a um filo próprio, designado então como Archaeocyatha (do Grego: archaeo, antigo + cyatha, taça). Actualmente, o posicionamento taxonómico dos arqueociatos ainda se encontra em debate, com alguns autores a considerarem o grupo como uma classe do filo Porifera. Os arqueociatos surgiram no Câmbrico inferior e extinguiram-se no Câmbrico médio.

Anatomia

Esquema de um arqueociato:1 – Intervalo; 2 – Cavidade central; 3 – Parede interna; 4 – Poro (todas as paredes e septos têm poros, nem todos representados; 5 – Septo; 6 – Parede externa; 7 – Rizóide
Uma vez que são conhecidos apenas como fósseis, o estudo anatómico dos arqueciatos baseia-se somente nas características do esqueleto interno. De forma geral, este pode ser descrito como duas taças cónicas e perfuradas, denominadas parede externa e parede interna. Ambas são unidas por septos radiais, também eles perfurados. O espaço limitado pela parede interna designa-se por cavidade central. Por oposição às esponjas, os arqueciatos não possuiam espículas. O conjunto encontrava-se fixo ao substrato através de rizóides. Nalgumas formas, a parede externa está ausente e o esqueleto é descrito como sendo de parede simples.
Os tecidos dos arqueociatos estavam localizados no intervalo formado pelas paredes externa e interna. Supõe-se que não tivessem sistema digestivo ou excretor e que estes processos se desenrolassem de forma intracelular, à semelhança das esponjas modernas.
Os arqueciatos coloniais são mais raros que as formas solitárias e formavam colónias de forma massiva ou dendróide. Estes organismos eram alongados, medindo cerca de 1-2,5 cm de diâmetro para 8-15 cm de altura. São no entanto conhecidas formas alargadas ou discoidais, com 30 cm de altura e 60 cm de diâmetro.

Ecologia
Os arqueociatos eram organismos bentónicos sésseis, que viviam em ambiente de ambientes de plataforma continental carbonatada. A estrutura do esquelo interno e as perfurações observadas nos vários elementos que o compõem sugerem que os arqueociatos se alimentassem por filtração. Os arqueciatos estavam confinados à zona fótica, não sendo conhecidos exemplos que tivessem vivido a mais de 100 metros de profundidade.
Os arqueociatos foram os primeiros animais macroscópicos a desenvolver esqueleto mineralizado e os primeiros organismos multicelulares associados à construção de recifes carbonatados. Como tal, depreende-se que vivessem em águas quentes (20-25 °C), bem oxigenadas e agitadas, de salinidade marinha normal. Os recifes de arquociatos estavam quase sempre associados a estromatólitos, estruturas produzidas por cianobactérias.
Os arqueciatos são um dos elementos principais da fauna Tomotiana.

História geológica
Os arqueociatos surgiram na explosão cambriana (há cerca de 590 milhões de anos), o evento de maior importância na biodiversidade terrestre marcado pelo aparecimento de quase todos os filos descritos. O grupo expandiu-se ao longo do Câmbrico inferior e através de radiação adaptativa diversificou-se e ocupou uma vasta distribuição geográfica. Para o fim desta época, os arqueociatos começam a regredir e a passagem para o Câmbrico médio é marcada pelo desaparecimento das formas de parede simples. O grupo extinguiu-se como um todo há cerca de 540 milhões de anos.
Do ponto de vista estratigráfico, são fósseis de idade extremamente importantes para a biozonação do Câmbrico: todos os andares do Câmbrico inferior foram definidos com base em faunas de arqueociatos. São também importantes para a correlação estratigráficas de formações geológicas localizadas em áreas geográficas distintas. O estudo dos arqueociatos é também relevante para a paleogeografia, pois o traçado dos seus recifes permite delinear as antigas linhas de costa

Trilobozoa

Os Trilobozoa:

Os Trilobozoa ("animais trilobados") são um tazon extinto de organismos que exibiam uma simetria triradial. Eram mais comuns durante o período Ediacarano, antes da Explosão Cambriana.
As afinidades taxonómicas deste grupo ainda estão abertas a debate. Ivantsov e Fedonkin (2002) colocam estes organismos dentro dos cnidários. Argumentam que, já que os conulados Vendoconularia exibem simetria hexarradial, deverão então ser colocados dentro dos Trilobozoa, fazendo este grupo parte do filo dos cnidários.
Os mais primitivos membros deste grupo tinham a forma de disco, tipificados por Tribrachidium. Através de comparações com outros Trilobozoa com forma discoidal, parece que os diferentes padrões dos "braços" em cada género/espécie ocorreram devido a paragem ou progresso de crescimento ao longo do desenvolvimento do organismo.
Os Trilobozoa mais avançados e que subsistiram até períodos mais recentes, tinham forma cónica, como tipificado pelo género Conularia. Tinham também estruturas semelhantes a conchas que se assemelhavam cones de gelados, que tendiam a possuir quatro cantos. No entanto, a falta de septos ou de outras características diagnosticantes de antozoários, levaram os cientistas a colocar de lado a hipótese de os Trilobozoa fazerem parte desse grupo.

Monoblastozoa

Monoblastozoa constituiu um filo do reino Animalia. Uma única espécie foi descrita, Salinella salvae, por Frenzel, em 1892, nas salinas argentinas. Existem sérios problemas com a acurácia da descrição original, e Salinella pode ter existido mais na imaginação de Frenzel do que nas salinas da Argentina. A verdadeira natureza desses animais, incluído sua própria existência, permanece elusiva

Artrópode

Artrópode:

Os Artrópodes (do grego arthros: articulado e podos: pés, patas, apêndices) são animais invertebrados caracterizados por possuírem membros rígidos e articulados e terem vários pares de pernas. Compõem o maior filo de animais existentes, representados pelos gafanhotos (insetos), aranhas (arachnida), caranguejos (crustáceos), centopeias (quilópodes) e embuás (diplópodes), somam mais de um milhão de espécies descritas (apenas mais de 890.000 segundo outros autores). Mais de 4/5 das espécies existentes são Artrópodes que vão desde as formas microscópicas de plâncton com menos de 1/4 de milímetro, até crustáceos com mais de 3 metros de espessura.
Os artrópodes habitam praticamente todo o tipo de ambiente: aquático e terrestre e representam os únicos invertebrados voadores. Existem representantes parasitas e simbióticos. Há registros fósseis de artrópodes desde o período Cambriano.

Anatomia dos artrópodes
Os artrópodes têm (1) apêndices articulados e (2) o corpo segmentado, envolvido num (3) exoesqueleto de quitina (números da imagem acima). Os apêndices estão especializados para a alimentação, para a percepção sensorial, para defesa e para a locomoção. São estas "patas articuladas" que dão o nome ao filo e que o separam dos filos mais próximos, os Onychophora e os Tardigrada.
Eles são animais metamerizados, isto é, têm corpo segmentado, mas sua metameria não é tão evidente como a dos anelídeos; isso porque sua metameria heteronôma: os metâmeros (segmentos) diferenciam-se durante o desenvolvimento, alguns deles fundindo-se para a formação de tagmas que são tipicamente:
Cabeça;
Tórax
Abdómen.
Dentre as diferentes classes de artrópodes há casos em que dois ou mais tagmas se unem formando uma única peça como é o caso de certos grupos de crustáceos em que os tagmas cabeça e tórax se unem formando o cefalotórax e nos quilópodes e diplópodes em que o tórax se une com o abdômen formando o tronco. No subfilo Chelicerata os tagmas denominam-se prossoma (que corresponde ao cefalotórax) e opistossoma (que corresponde ao abdômen)
O primeiro segmento da cabeça é denominado acron e normalmente suporta os olhos, que podem ser simples ou compostos. O último segmento do abdômen é terminado pelo télson. Cada segmento contém, pelo menos primitivamente, um par de apêndices.
Para poderem crescer, os artrópodes têm de se desfazer do exosqueleto "apertado" e formar um novo, num processo designado muda ou ecdise. Por esta razão, eles fazem parte do clado Ecdysozoa, que é um dos maiores grupos do reino animal, incluindo ainda os nematódeos, os Nematomorpha, os Tardigrada, os Onychophora, os Loricifera, os Priapulida e os Cephalorhyncha.
Diferentemente de anelídeos e moluscos,a excreção dos artrópodes é realizada por Túbulos de Malpighi,e não por nefrídeos.
Estes animais respiram por um sistema de traqueias, túbulos que abrem para o exterior através de poros na cutícula chamados espiráculos, e que se estendem por todo o corpo, promovendo a troca de gases. Os artrópodes aquáticos têm brânquias ligadas ao sistema de traqueias.
O sistema circulatório dos artrópodes consiste numa bateria de corações que se dispõem ao longo do corpo e que bombeiam a hemolinfa (o "sangue" destes animais muitas vezes não contém hemoglobina, baseada em ferro, mas sim hemocianina, baseada em cobre), que se encontra banhando os tecidos.
Os artrópodes são protostômios e possuem um celoma reduzido a um espaço à volta dos órgãos da reprodução e da excreção.

Classificação e filogenia dos artrópodes
Um grupo tão numeroso e diversificado, tanto em espécies atuais como extintas, como os artrópodes teria de ser necessariamente difícil de classificar, assim como de definir as suas relações filogenéticas.
Tradicionalmente, considerava-se que os artrópodes teriam tido origem nos anelídeos, por causa da semelhante segmentação do corpo. No entanto, estudos genéticos recentes mostraram que não é assim e que os filos mais próximos dos artrópodes são os Onychophora e os Tardigrada. Além disso, parece aceitável que estes filos e os restantes Ecdysozoa formam um clado monofilético. Os anelídeos, por outro lado, têm características embrionárias em comum com os moluscos e são atualmente classificados no clado Trochozoa (ou Lophotrochozoa, juntamente com os rotíferos e outros animais antes considerados pseudocelomados).
A subdivisão dos artrópodes em grupos que possam igualmente ser considerados clados é também contenciosa. Alguns autores consideram que os Hexapoda e os Myriapoda formam o clado Uniramia, com apêndices não divididos e que seriam um "clado-irmão" dos crustáceos, mas a filogenia destes grupos ainda não está bem estabelecida, pelo que se adotou aqui a classificação em cinco sub-filos, que é a mais aceita.
Como já foi referido, foram encontrados fósseis de artrópodes do período Cambriano, mas há indicações de que formas ainda mais antigas, pertecentes à “Biota Vendiana”, como os "Vendiamorfos" e os "Anomalocaridiídeos" podem ter sido antepassados dos artrópodes atuais.
Referências

Tardigrada

Tardigrada:

Os tardígrados (Tardigrada) popularmente conhecidos como ursos d'água constituem um filo de pequenos animais segmentados, relacionados com os artrópodes. Foram descritos pela primeira vez por J.A.E. Goeze em 1773. O nome Tardigrada significa "que se desloca lentamente" e foi dado por Spallanzani em 1776.
Os tardígrados são animais pequenos. Os maiores adultos medem 1,5 mm de comprimento. Os menores chegam a medir 0,05 mm. As larvas jovens medem ainda menos. Alem disso, o filo tardigrada possui 4 pares de patas não articuladas, com 4 garras cada uma. Eles se alimentam da seiva de plantas, que são retiradas graças a estiletes perfuradores que ficam internamente, logo atras do orificio bucal. Possui sexos distintos, masculino e feminino; a fecundação é interna, e seu desenvolvimento é direto. São muito resistentes, segundo uma experiências de Universidades, Tardigrados foram congelados por 120 anos a uma temperatura de -274 °C e recentemente reanimados com apenas um pouco de água, eles também sobrevivem a temperaturas tão altas como 200 °C, pressão 75 mil atmosferas e radiação 570.000 grays, cerca de 1000 vezes mais que um ser humano, também são capazes de sobreviver no vácuo do espaço por até 10 dias. Vivem por muitos anos, isso porque eles têm a habilidade de se encolher e permanecer praticamente morto, sem exceder qualquer atividade e, quando quiser, "volta à vida".
São fitófagos ou bacteriófagos, mas alguns são predadores, como o Milnesium tardigradum.

Artrópode

Artrópode:

Os Artrópodes (do grego arthros: articulado e podos: pés, patas, apêndices) são animais invertebrados caracterizados por possuírem membros rígidos e articulados e terem vários pares de pernas. Compõem o maior filo de animais existentes, representados pelos gafanhotos (insetos), aranhas (arachnida), caranguejos (crustáceos), centopeias (quilópodes) e embuás (diplópodes), somam mais de um milhão de espécies descritas (apenas mais de 890.000 segundo outros autores). Mais de 4/5 das espécies existentes são Artrópodes que vão desde as formas microscópicas de plâncton com menos de 1/4 de milímetro, até crustáceos com mais de 3 metros de espessura.
Os artrópodes habitam praticamente todo o tipo de ambiente: aquático e terrestre e representam os únicos invertebrados voadores. Existem representantes parasitas e simbióticos. Há registros fósseis de artrópodes desde o período Cambriano.

Anatomia dos artrópodes
Os artrópodes têm (1) apêndices articulados e (2) o corpo segmentado, envolvido num (3) exoesqueleto de quitina (números da imagem acima). Os apêndices estão especializados para a alimentação, para a percepção sensorial, para defesa e para a locomoção. São estas "patas articuladas" que dão o nome ao filo e que o separam dos filos mais próximos, os Onychophora e os Tardigrada.Eles são animais metamerizados, isto é, têm corpo segmentado, mas sua metameria não é tão evidente como a dos anelídeos; isso porque sua metameria heteronôma: os metâmeros (segmentos) diferenciam-se durante o desenvolvimento, alguns deles fundindo-se para a formação de tagmas que são tipicamente:
Cabeça;
Tórax
Abdómen.
Dentre as diferentes classes de artrópodes há casos em que dois ou mais tagmas se unem formando uma única peça como é o caso de certos grupos de crustáceos em que os tagmas cabeça e tórax se unem formando o cefalotórax e nos quilópodes e diplópodes em que o tórax se une com o abdômen formando o tronco. No subfilo Chelicerata os tagmas denominam-se prossoma (que corresponde ao cefalotórax) e opistossoma (que corresponde ao abdômen)
O primeiro segmento da cabeça é denominado acron e normalmente suporta os olhos, que podem ser simples ou compostos. O último segmento do abdômen é terminado pelo télson. Cada segmento contém, pelo menos primitivamente, um par de apêndices.
Para poderem crescer, os artrópodes têm de se desfazer do exosqueleto "apertado" e formar um novo, num processo designado muda ou ecdise. Por esta razão, eles fazem parte do clado Ecdysozoa, que é um dos maiores grupos do reino animal, incluindo ainda os nematódeos, os Nematomorpha, os Tardigrada, os Onychophora, os Loricifera, os Priapulida e os Cephalorhyncha.
Diferentemente de anelídeos e moluscos,a excreção dos artrópodes é realizada por Túbulos de Malpighi,e não por nefrídeos.
Estes animais respiram por um sistema de traqueias, túbulos que abrem para o exterior através de poros na cutícula chamados espiráculos, e que se estendem por todo o corpo, promovendo a troca de gases. Os artrópodes aquáticos têm brânquias ligadas ao sistema de traqueias.
O sistema circulatório dos artrópodes consiste numa bateria de corações que se dispõem ao longo do corpo e que bombeiam a hemolinfa (o "sangue" destes animais muitas vezes não contém hemoglobina, baseada em ferro, mas sim hemocianina, baseada em cobre), que se encontra banhando os tecidos.
Os artrópodes são protostômios e possuem um celoma reduzido a um espaço à volta dos órgãos da reprodução e da excreção.


Classificação e filogenia dos artrópodes
Um grupo tão numeroso e diversificado, tanto em espécies atuais como extintas, como os artrópodes teria de ser necessariamente difícil de classificar, assim como de definir as suas relações filogenéticas.
Tradicionalmente, considerava-se que os artrópodes teriam tido origem nos anelídeos, por causa da semelhante segmentação do corpo. No entanto, estudos genéticos recentes mostraram que não é assim e que os filos mais próximos dos artrópodes são os Onychophora e os Tardigrada. Além disso, parece aceitável que estes filos e os restantes Ecdysozoa formam um clado monofilético. Os anelídeos, por outro lado, têm características embrionárias em comum com os moluscos e são atualmente classificados no clado Trochozoa (ou Lophotrochozoa, juntamente com os rotíferos e outros animais antes considerados pseudocelomados).
A subdivisão dos artrópodes em grupos que possam igualmente ser considerados clados é também contenciosa. Alguns autores consideram que os Hexapoda e os Myriapoda formam o clado Uniramia, com apêndices não divididos e que seriam um "clado-irmão" dos crustáceos, mas a filogenia destes grupos ainda não está bem estabelecida, pelo que se adotou aqui a classificação em cinco sub-filos, que é a mais aceita.
Como já foi referido, foram encontrados fósseis de artrópodes do período Cambriano, mas há indicações de que formas ainda mais antigas, pertecentes à “Biota Vendiana”, como os "Vendiamorfos" e os "Anomalocaridiídeos" podem ter sido antepassados dos artrópodes atuais.

Pentastomida

Pentastomida:
é um grupo de parasitas invertebrados comumente conhecidos como vermes língua, devido à semelhança de algumas espécies com uma língua.
Existem cerca de 100 espécies, todos são parasitas obrigatórios. Os vermes adultos variam entre de 1 cm a 14 cm de comprimento. Eles têm cinco apêndices anteriores. Uma delas é a boca, os outros são dois pares de ganchos que eles usam para anexar ao hospedeiro. Esse acordo levou ao seu nome científico, que significa "cinco aberturas", mas, embora os apêndices são semelhantes em algumas espécies, apenas uma é uma boca.
Sua afinidade com outros invertebrados é incerta. Eles crescem por muda, o que sugere que eles pertencem à Ecdysozoa. Historicamente, eles foram considerados num filo próprio, mas em 1972, Wingstrand mostrarou semelhanças na estrutura dos espermatozóides entre Pentastomida e Branchiura, um grupo de crustáceos parasitas, e essa relação é apoiada por análises moleculares.
No entanto, fósseis do Alta Cambriano identificados como pentastomídeos (Heymonsicambria, Haffnericambria, Bockelericambria) sugerem que o pentastomids ramificada e bastante precoce pode ser um grupo externo aos outros artrópodes.
Nomes alternativos para Pentastomida inclui Pentastoma (in partium), Linguatulida, e Acanthotheca.

Classificação
Subclasse Pentastomida Diesing, 1836
Ordem Cephalobaenida Heymons, 1935
Família Cephalobaenidae Fain, 1961
Família Reighardiidae Heymons, 1935
Ordem Porocephalida Heymons, 1935
Família Armilliferidae Fain, 1961
Família Diesingidae Fain, 1961
Família Linguatulidae Heymons, 1935
Família Porocephalidae Fain, 1961
Família Sambonidae Fain, 1961
Família Sebekiidae Fain, 1961
Família Subtriquetridae Fain, 1961

Priapulida

Priapulida:

Priapulida (do grego priapos, falo + ida, sufixo plural) é um filo do reino animal que inclui os vermes marinhos que possuem uma probóscide espinhosa. Os primeiros registos deste grupo surgiram no Câmbrico. O seu nome provém do grego Priapus que significa deus fálico, seu nome vernáculo é priápulo, da ordem Priapulida.
Habitam sedimentos lamacentos e arenosos do fundo marinho. Como os nematodas, são os asquelmintos com maior volume de pseudoceloma.
Os priapulidas constituem um dos menores, são vermiformes, não segmentados, de vida livre, com simetria bilateral, porém com uma forte tendência à simetria radial. Possuem probóscide espinhosa, forma cilíndrica, são bentônicos, vágeis, predadores e ocupam desde as regiões entre marés até profundidades de 7.500 metros, estando presentes em todos os mares.
Os aspectos gerais da biologia desses vermes são pouco estudados, não obstante tratar-se de um grupo muito antigo no planeta; os registros paleontológicos dão conta da existência de Priapulida já no Cambriano médio.
O tamanho das espécies varia entre poucos a cerca de 200 milímetros, porém a maioria mede entre 10 e 30 milímetros de comprimento.
Por mais de um século, os Priapula foram considerados como animais típicos de águas frias, até que van der Land (1968) encontrou uma espécie tropical. Esses vermes ocorrem desde os primeiros metros do infralitoral até profundidades de 7.500 metros e ocupam substratos moles, tais como areia, lodo, silte e areia coralígena. Os Priapula têm sido coletados em mares com salinidades variando desde 6% até 65%. Não está esclarecida a importância ecológica dos Priapula, além do fato de servirem como elementos da dieta de peixes demersais. Por outro lado, existe um crescente interesse sobre a biologia desses vermes, tendo em vista, entre outros aspectos, sua grande antigüidade na Terra.

Classificação
Filo Priapulida
Género †Ancalagon
Género †Anningvermis
Género †Corynetis
Género †Ottoia
Classe Priapulimorpha
Ordem Priapulimorphida
Família Priapulidae
Género Acanthopriapulus
Género Priapulopsis
Género Priapulus
Família Tubiluchidae
Género Meiopriapulus
Género Tubiluchus
Classe Halicryptomorpha
Ordem Halicryptomorphida
Família Halicryptidae
Género Halicryptus
Classe Seticoronaria
Ordem Seticoronarida
Família Maccabeidae
Género Maccabeus

Echiura

Echiura:

Os animais da classe Echiura são invertebrados marinhos bentónicos encontrados em todos os oceanos e em todas as profundidades, desde a zona intertidal até às fossas abissais.
São vermes com tamanhos desde alguns milímetros até cerca de 20 cm, com o corpo não segmentado; no entanto, são considerados filogeneticamente próximos dos anelídeos, por partilharem o mesmo tipo de larva "trocófora". A parte anterior do corpo é um probóscide não retrátil, que muitas espécies usam para aspirar partículas de sedimento, donde retiram o alimento. Possuem ganchos na parte posterior do corpo.

Sipuncula

Sipuncula:

Sipuncula (do latim sipunculus, sifão pequeno) é um filo composto por animais com simetria bilateral, não segmentados e habitantes do meio marinho.
Ocorrem em águas pouco profundas, em buracos no substrato ou aproveitando conchas descartadas por outros animais. Vivem na lama ou na areia, em fendas de rochas ou em conchas vazias. Não se encaixam nos moluscos por não possuirem nenhum tipo de olhos e tambêm não se encaixam nos anelídeos por não possuirem segmentação. Têm tipicamente até 10 cm de comprimento.

Classificação
Classe Sipunculidea Rafinesque, 1814
Ordem Sipunculiformes Gibbs e Cutler, 1985
Família Sipunculidae Rafinesque 1814
Ordem Golfingiiformes Cutler e Gibbs, 1985
Família Golfingiidae Stephen e Edmonds, 1972
Famíla Phascolionidae Cutler e Gibbs, 1985
Família Themistidae Cutler e Gibbs, 1985
Classe Phascolosomatidea Cutler e Gibbs, 1985
Ordem Phascolosomatiformes Cutler e Gibbs, 1985
Família Phascolosomatidae Stephen e Edmonds, 1972
Ordem Aspidosiphoniformes Cutler e Gibbs, 1985
Famíla Aspidosiphonidae Baird, 1868

Pogonophora (botânica)

Pogonophora (botânica):
Pogonophora é um género botânico pertencente à família Euphorbiaceae

Sinonímia
Poraresia Gleason

Espécies
Apresenta seis espécies:
Pogonophora africana
Pogonophora cunuri
Pogonophora glaziovii
Pogonophora letouzeyi
Pogonophora schomburgkiana
Pogonophora trianae

Animalia

O reino Animalia:

Reino Animal ou Reino Metazoa é composto por seres vivos pluricelulares, heterotróficos, cujas células formam tecidos biológicos, com capacidade de responder ao ambiente que os envolve ou, por outras palavras, pelos animais.
A maioria dos animais possui um plano corporal que determina-se à medida que tornam-se maduros e, exceto em animais que metamorfoseiam, esse plano corporal é estabelecido desde cedo em sua ontogenia quando embriões.
O estudo científico dos animais é chamado zoologia, que tradicionalmente estudava, não só os seres vivos com as características descritas acima, mas também os protozoários. Como resultado de estudos filogenéticos, consideram-se os Protista como um grupo separado dos animais.
Coloquialmente, o termo "animal" é frequentemente utilizado para referir-se a todos os animais diferentes dos humanos e raramente para referir-se a animais não classificados como Metazoários. A palavra "animal" é derivada do latim anima, no sentido de fôlego vital, e entrou na língua portuguesa através da palavra animalis. Animalia é seu plural.

Desenvolvimento e evolução
Animais são eucariontes, e divergiram do mesmo grupo dos protozoários flagelados que deram origem aos fungos e aos coanoflagelados. Estes últimos são especialmente próximos por possuírem células com "colarinhos" aparecendo somente entre eles e as esponjas, e raramente em certas outras formas de animais. Em todos estes grupos, as células móveis, geralmente os gâmetas, possuem um único flagelo posterior com ultra-estrutura similar.
Os animais adultos são tipicamente diplóides, produzindo pequenos espermatozóides móveis e grandes ovos imóveis. Em todas as formas o zigoto fertilizado divide-se (clivagem) para formar uma esfera oca chamada blástula, que então sofre rearranjo e diferenciação. As blástulas são provavelmente representativas do tipo de colônia de onde os animais evoluíram; formas similares ocorrem entre os flagelados, como os Volvox.

Características distintivas
A distinção mais notável dos animais é a forma como as células se seguram juntas. Ao invés de simplesmente ficarem grudadas juntas, ou seguradas em um local por pequenas paredes, as células animais são conectadas por junções septadas, compostas basicamente por proteínas elásticas (colágeno é característico) que cria a matriz extracelular. Algumas vezes esta matriz é calcificada para formar conchas, ossos ou espículas, porém de outro modo é razoavelmente flexível e pode servir como uma estrutura por onde as células podem mover-se e reorganizar-se.

Evolução e formas básicas
Exceto por uns poucos traços fósseis questionáveis, as primeiras formas que talvez representem animais aparecem nos registros fósseis por volta do Pré-Cambriano. São chamadas Biota Vendiana e são muito difíceis de relacionar com as formas recentes. Virtualmente todos os restantes filos fazem uma aparição mais ou menos simultânea durante o período Cambriano. Este efeito radioativo massivo pode ter surgido devido a uma mudança climática ou uma inovação genética e é tão inesperada que é geralmente chamada de Explosão Cambriana.
As esponjas (Porifera) separaram-se dos outros animais muito cedo e são muito diferentes. Esponjas são sésseis e geralmente alimentam-se retirando as partículas nutritivas da água que entra através de poros espalhados por todo o corpo, que é suportado por um esqueleto formado por espículas. As células são diferenciadas, porém, não estão organizadas em grupos distintos.
Existem também três filos "problemáticos" - os Rhombozoa, Orthonectida, e Placozoa - e possuem uma posição incerta em relação aos outros animais. Quando eles foram inicialmente descobertos, os Protozoa foram considerados como um filo animal ou um sub-reino, porém, como eles são geralmente desrelacionados e mais similares às plantas do que animais, um novo reino, o Protista, foi criado para abrigá-los.

Metazoa
Independentemente disso, todos os animais pertencem a um grupo monofilético chamado Metazoa (ou Eumetazoa quando o nome Metazoa é usado para todos os animais), caracterizado por uma câmara digestiva e camadas separadas de células que diferenciam-se em vários tecidos. Características distintivas dos metazoários incluem um sistema nervoso e músculos.
Os Metazoa mais simples apresentam simetria radial - por esta razão, são classificados como Radiata (em contraposição com os Bilateria, que têm simetria bilateral). Para além disso, estes animais são diploblásticos, isto é, possuem dois folhetos embrionários. A camada exterior (ectoderme) corresponde a superfície da blástula e a camada interior (endoderme) é formada por células que migram para o interior. Ela então se invagina para formar uma cavidade digestiva com uma única abertura, (o arquêntero). Esta forma é chamada gástrula (ou plânula quando ela é livre-natante). Os Cnidaria e os Ctenophora (águas vivas, anémonas, corais, etc) são os principais filos diploblásticos. Os Myxozoa, um grupo de parasitas microscópicos, têm sido considerados cnidários reduzidos, porém, podem ser derivados dos Bilateria.
As formas restantes compreendem um grupo chamado Bilateria, uma vez que eles apresentam simetria bilateral (ao menos um algum grau), e são triploblásticos. A Blástula invagina sem se preencher préviamente, então o endoderma é apenas seu forro interior, a parte interna é preenchida para formar o terceiro folheto embrionário entre eles (mesoderme). Os animais mais simples dentre estes são os Platyhelminthes (vermes achatados, como a ténia), que podem ser parafiléticos ao filo mais alto.
A vasta maioria dos filos triploblásticos formam um grupo chamado Protostomia. Todos os animais destes filos possuem um trato digestivo completo (incluindo uma boca e um ânus), com a boca se desenvolvendo do arquêntero e o ânus surgindo depois. A mesoderme surge como nos Platyhelminthes (vermes achatados, como a planária), de uma célula simples, e então divide-se para formar uma massa em cada lado do corpo. Geralmente há uma cavidade ao redor do intestino, chamada celoma, surgindo como uma divisão do mesoderma, ou ao menos uma versão reduzida disso (por exemplo, um pseudoceloma, onde a divisão ocorre entre o mesoderma e o endoderma, comum em formas microscópicas).
Alguns dos principais filos protostômios são unidos pela presença de larva trocófora, que é distinguida por um padrão especial de cílios. Estes criam um grupo chamado Trochozoa, compreendendo os seguintes:
Filo Nemertea (ribbon worms)
Filo Mollusca (caracóis, lulas, etc)
Filo Sipuncula
Filo Annelida (vermes segmentados - minhoca)
Tradicionalmente o Arthropoda - o maior filo animal incluindo insetos, aranhas, caranguejos e semelhantes - e dois pequenos filos proximamente relacionados a eles, o Onychophora e Tardigrada, têm sido considerados relativamente próximos aos anelídeos por causa de seu plano de segmentação corporal (a hipótese dos Articulata). Esta relação está em dúvida, e parece que eles, ao invés disso, pertençam a várias minhocas pseudocelomadas - os Nematoda, Nematomorpha (minhocas cabelo-de-cavalo), Kinorhyncha, Loricifera, e Priapulida - que compartilham entre si ecdise (muda do exosqueleto) e muitas outras características. Este grupo é conhecido como Ecdysozoa.
Existem vários pseudocelomados protostomados que são difíceis de serem classificados devido ao seus pequenos tamanhos e estruturas reduzidas. Os Rotifera e Acanthocephala são extremamente relacionados entre si e provavelmente pertencem proximamente aos Trochozoa. Outros grupos incluem os Gastrotricha, Gnathostomulida, Entoprocta, e Cycliophora. O último foi descoberto apenas recentemente, e como pouca investigação foi feita nos fundos marinhos, provavelmente mais coisas serão ainda descobertas. A maioria destes foi agrupada dentro do filo Aschelminthes, junto com os Nematoda e outros, porém eles não aparentam possuir relações filogenéticas entre si.
Os Brachiopoda (braquiópodes), Ectoprocta (ou Bryozoa, os briozoários) e os Phoronidas formam um grupo chamado Lophophorata, graças à presença compartilhada de um leque de cílios ao redor da boca chamado lofóforo. As relações evolucionárias destas formas não são muito claras - o grupo tem sido considerado como parte dos "deuterostomados", e talvez seja "parafilético". Eles são mais relacionados aos "Trochozoa", contudo, e os dois são frequentemente agrupados como Lophotrochozoa.
Os Deuterostomados diferem dos Protostomados de várias formas. Eles também possuem um trato digestivo completo, mas neste caso o arquêntero desenvolve-se no ânus. A mesoderme e celoma não se desenvolvem da mesma forma, e sim da evaginação da endoderme, diz-se então, de origem enterocélica. E, finalmente, a clivagem dos embriões é diferente. Tudo isto sugere que as duas linhas são separadas e monofiléticas. Os deuterostomados incluem:
Filo Chaetognatha
Filo Echinodermata (estrelas-do-mar, ouriços-do-mar, pepinos-do-mar etc)
Filo Hemichordata
Filo Chordata (vertebrados e semelhantes)

Este artigo ou secção contém uma lista de fontes ou uma única fonte no fim do texto, mas estas não são citadas no corpo do artigo, o que compromete a verificabilidade. (desde outubro de 2009)Por favor, melhore este artigo introduzindo notas de rodapé citando as fontes, inserindo-as no corpo do texto quando necessário.
Também há alguns filos animais extintos, não havendo muito conhecimento sobre sua embriologia ou estrutura interna, tornando-se assim difíceis de se classificar. Estes são, em sua maioria, vindos do período Cambriano, e incluem
Filo Archaeocyatha (possíveis esponjas)
Filo Conulariida (possíveis cnidários)
Filo Conodonta (possíveis cordados ou relativamente próximos disso).
Filo Lobopodia (possíveis artrópodos)
Filo Sclerotoma (diferentes formas com escleritos)[carece de fontes?]
Filo Vendozoa (algumas formas do Pré-Cambriano, possívelmente nem mesmo animais)
Filo Vetulicolia (possíveis deuterostômios)
Desconhecido (algumas formas como Clloiudina e Hiyollitthes)…
História da Classificação

Carl von Linné, conhecido como "pai da taxonomia moderna".
No esquema original de Lineu, os animais eram de um dos três reinos,divididos nas classes de Vermes, Insetos, Peixes, Anfíbios, Aves, Répteis e Mamíferos. Os quatro últimos foram subunidos em um único grupo, o Chordata, enquanto que as outras várias formas foram separadas. As listas citadas neste artigo representam a atual compreensão do grupo, embora haja variações de fonte para fonte.