Urochordata (do grego oura, cauda; do latim chorda, cora, + ata, caracterizado por), também conhecidos como Tunicata são designados como urocordados ou tunicados, e constituem um grupo de animais marinhos que se alimentam por filtração que entra na faringe pelo sifão bucal, passando por propulsão ciliar através das fendas ao redor do átrio e saindo, depois, pelo sifão exalante. O plâncton é filtrado pela passagem através das fendas faríngeas. Pertencem ao filo Chordata, pois possuem um notocórdio, pelo menos durante a fase larvar do seu desenvolvimento que, frequentemente tem a aparência de um girino.
A maior parte dos tunicados, como as clavelinas, pertence à sub-classe das ascídias, que muitas vezes são confundidas com esponjas por serem os membros sésseis deste grupo, e as salpas e apendiculários, que são pelágicos.
Biologia dos tunicados
O corpo dos tunicados adultos tem a forma de um barril com duas aberturas, chamadas sifões, geralmente do mesmo lado, uma para a entrada da água e dos alimentos e outro para a saída da água e das excreções, o que é realizado por contrações da camada muscular superficial. A seguir ao sifão de entrada encontram-se as brânquias, colocadas em forma de rede que, não só têm a função da respiração, mas também a de filtrar as partículas nutritivas; a seguir, encontra-se o tubo digestivo, que é encurvado e termina no outro sifão.
Sua epiderme se encontra revestida por uma característica túnica translúcida, que se assemelha a gelatina (donde vem um dos nomes destes animais) - é segregada pela derme e, nas formas sésseis, pode ser um verdadeiro exosqueleto composto de celulose e colagénio, por vezes com espículas calcárias, agregado num tecido conectivo. Os larváceos segregam uma "casa" que é usada como filtro e depois consumida.
Possuem um sistema nervoso rudimentar formado por um gânglio dorsal próximo da glândula neural, entre os sifões; este gânglio controla as contrações musculares e o movimento dos cílios da faringe, mas não controla os batimentos cardíacos.
O sistema circulatório é aberto, excepto o coração que é um vaso sanguíneo com peristaltismo reversível e que se liga, em ambas extremidades a outros vasos abertos. O coração está rodeado pelo pericárdio que é o único espaço celómico, formado por um peritoneu com células mioepiteliais. A reversão do peristaltismo permite que, tanto os tecidos que se encontram dum lado, quer doutro, do coração recebam igual fornecimento de nutrientes.
O sangue dos tunicados possui muitos tipos de células:
Nefrócitos, ou seja, células que funcionam como rins, acumulando cristais de ácido úrico, que nelas se mantêm indefinidamente;
Vanadócitos, que podem acumular até um mole de vanádio (enquanto que a sua concentração na água do mar é da ordem dos 10-8M) ou outros metais, o que pode resultar em sangue verde que, não só repele predadores ou organismos sésseis, mas também promove a polimerização da tunicina;
Amebócitos fagocíticos;
Linfócitos;
células multipotentes, que actuam como precursoras das restantes células do sangue.
Os tunicados coloniais reproduzem-se assexuadamente, formando gomos que permanecem agarrados ao organismo-pai. A reprodução sexuada é do tipo hermafrodita – os gâmetas são libertados no sifão atrial, onde se dá a fertilização.
As primeiras fases do desenvolvimento do zigoto são típicas dos deuteróstomos. Algumas formas larvares parecem-se muito com cordados primitivos ou com hemicordados, com um notocórdio, por baixo duma medula espinal. O estágio larval termina quando o turnicado encontra uma rocha ou pedra adequada para seu desenvolvimento, e se fixa a ela. A partir daí, várias mudanças físicas ocorrem no corpo dos tunicados, sendo um dos mais interessantes o controle de movimento e crescimento pela digestão do ganglio cerebral - o equivalente do cérebro de animais superiores em insetos e artropodes. Daí vem o dito popular que os tunicados adultos "comem o próprio cérebro", já que na fase adulta, ancorada, não precisam mais dele. Em algumas classes os adultos permanecem pelágicos (nadando ou seguindo a correnteza do mar), nesse caso o ganglio não é comido.
Alguns tunicados têm espículas calcárias que podem conservar-se como fósseis, que foram encontrados desde o Jurássico, havendo ainda uma forma do Neoproterozóico proposta: Yarnemia.
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